ARTE PÚBLICA
Arte Pública e Arte Pública em Almada.
ARTE PÚBLICA... O QUE É?
Arte realizada fora dos espaços tradicionalmente dedicados a ela, os museus e galerias…
Muitas vezes, as pessoas passam por estas obras e nem reparam nelas, mas a arte está no espaço de todos e é para todos.
A Arte pública melhora a vida das pessoas e responsabiliza-nos por um bem coletivo.
Por isso é tão importante pararmos e olharmos para estas obras, porque:
- Fazem parte no nosso dia-a-dia, dos nossos percursos quotidianos;
- Promovem a observação, levantam questões;
- Levam ao diálogo entre as pessoas;
- Definem espaços, transformam-nos;
- Expressam diversos valores e culturas;
- Aproximam o público da obra: estão onde as pessoas estão e podem ser tocadas.
Ao longo dos séculos, o Homem teve necessidade de estruturar o espaço à sua volta, como forma de organização social, económica e cultural. Assim, o espaço define-se quer pelos objetos, quer sujeitos que o compõem, sendo entendido pelo homem como uma projeção de si próprio. Isto resulta em duas dimensões distintas: o espaço métrico, das coisas formadas, e o espaço liso, o dos afetos e sensorial. Uma das principais manifestações dessa organização espacial é o espaço urbano, as cidades, a antiga polis. Aí confluem todo várias tipologias de espaços: o sagrado, o doméstico, o público, etc. É neste último, no espaço público, que encontramos as nossas obras de arte.
A integração da experiência artística no espaço público surge como uma melhoria qualitativa da vida da comunidade que o habita, aproximando-a e responsabilizando-a por um bem coletivo. Deste modo, os espaços de liberdade comum tornam-se em espaços de responsabilidade comum, modelam a paisagem urbana.
Se, durante largas décadas, a Arte Pública em Portugal assumiu um papel de propaganda do Estado Novo, esse paradigma foi sendo reajustado, para agora se assumir como um género em estreita ligação com a cidadania e espaço comum.
ARTE PÚBLICA EM ALMADA
Podemos falar de três grandes grupos de Arte Pública no Concelho de Almada: a “Escultura, os Revestimentos Murais e Projectos Integrados”, que tiveram um período de grande crescimento e implementação entre 1955 e 2002, sobretudo através de iniciativas da autarquia.
Dentro deste período, destaca-se o evento das Comemorações dos 25 anos do Poder Local, em 2001, que deu um grande impulso à Arte Pública no Concelho de Almada. Este projeto tinha como principal foco evidenciar a importância do Poder Local como um importante legado dos valores de Abril, onde se privilegia a participação democrática dos cidadãos nas decisões e fazeres da “res publica”.
Inicialmente, o Município encomendou uma obra ao escultor José Aurélio para o efeito; contudo, o escultor propôs que fossem erigidos 11 monumentos, um em cada freguesia, criados por 11 artistas distintos.
José Aurélio coordenou o projeto e nele participaram os seguintes artistas: Quintino Sebastião, Zulmiro de Carvalho, Graça Costa Cabral, João Duarte, Fernando Conduto, Rogério Ribeiro, Álvaro Carneiro, Jorge Pé-Curto, Clara Menéres, o próprio José Aurélio e Virgínia Fróis.
Neste momento, o Concelho de Almada tem cerca de 50 obras distribuídas um pouco por todo o território, que resulta de um investimento da autarquia ao longo dos anos, promovendo o trabalho de artistas locais e nacionais e a fruição artística a todos os cidadãos.
Outro momento importante para o conhecimento das obras existentes no Concelho de Almada foi o levantamento realizado no âmbito da exposição “Arte Pública em Almada”, organizada pelo Centro de Arte Contemporânea-Casa da Cerca, em 2004.